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Olá!

Queremos dar as boas vindas a todos os visitantes.

Somos um grupo de formandas e formadores do curso de Educação e Formação de Adultos - Agente em Geriatria e vamos aqui apresentar o nosso tema de vida “Conta-me como era…”.

Estamos a realizar uma pesquisa sobre variadíssimos temas do século XX, incluindo o quotidiano, a vida familiar, a saúde e os acontecimentos nacionais e internacionais mais marcantes.

No final vamos apresentar uma dramatização sobre este tema, onde iremos reviver a vida nas ruas da Lisboa antiga. Convidamos todos os interessados a comentar.

Contem-nos como era e acompanhem-nos nesta viagem ao passado no comboio da saudade!

Estamos a fazê-lo com todo o gosto, esperamos que se divirtam.

15 de março de 2010

Lisboa Antiga


Por volta dos anos 40, 50, 60 houve uma grande migração para a cidade de Lisboa, na tentativa de melhorar as condições de vida. Recuando a esse tempo vamos lembrar costumes e hábitos que ao longo do tempo se foram perdendo e outros modificando.
Quando falamos com pessoas que viveram nessa época reportam-nos uma Lisboa totalmente diferente, falam de uma Lisboa cheia de vida que se cumprimentavam e sorriam, os homens honravam a sua palavra, para tudo era como se fosse uma cerimónia.
O dia começava bem cedo, os homens iam trabalhar e algumas senhoras também trabalhavam fora. Existia na altura os chamados Eléctrico Operário para quem trabalhava, os bilhetes ficavam mais baratos e eram válidos das 5horas às 7 horas da manhã custavam na altura8 tostões e eram de ida e volta.
Para que ficava em casa as limpezas começavam bem cedo, os tapetes só se podiam sacudir da meia-noite até às 7 horas da manhã. As flores também eram nesse horário que podiam ser regadas. Quem não respeitasse sujeitava-se a apanhar uma multa, era o fiscal de bairro que vigiava as pessoas que lá moravam.
Lavava-se a roupa à mão nas celhas ou nos lavadouros públicos. Enquanto se fazia as tarefas domésticas ouvia-se os Pregões Matinais.
---OLHA A FAVA-RICA era o pequeno-almoço de muita gente.
---O LEITEIRO deixavam o leite as portas das pessoas.
---PÃO também era entregue às portas.
---OLHA O CARAPAO FRESQUINHO era a varina apregoar.
---QUEM TEM TRAPOS OUGARRAFAS PARA VENDER dizia ao ferro velho.
---OLHA A ÁGUA FRESQUINHA gritava o aguadeiro.
No tempo das castanhas também se ouvia QUEM QUER CENTES E BOAS, entre outros.
Também nesse tempo havia muitos quartos alugados para que vinha de fora, muitos casais na época viviam num quarto alugado quando se casavam.
Os senhorios ganhavam muito dinheiro com esta situação era tudo pago à parte, passar a ferro era mais caro, lavar a roupa tinham dia certo, muitas vezes eram roubadas quando saiam, tiravam batatas e petróleo dos candeeiros aos inquilinos e se não pagassem vinham para a rua sem aviso prévio. Existia casas que não tinham WC, por isso existiam os Balneários Públicos onde as pessoas tomavam banho e os mais necessitados recebiam roupa de quem entregava para donativo, assim como as cozinhas sociais, também conhecidas como a sopa do sidónio onde as pessoas recebiam pão e sopa consoante o agregado familiar, na porta de entrada encontravam-se mendigos a pedir esmolas.
O comércio era quase todo feito de porta em porta mas os legumes frescos eram comprados nos lugares, mas também havia as tabernas onde só os homens podiam entrar. As senhoras nem pensar, quem o fizesse eram mal faladas pelas pessoas, os locais onde as senhoras podiam frequentar era as pasteleiras. Elas também gostavam muito de ir fazer compras ao Chiado zona nobre, vestiam-se de acordo com a ocasião (os melhores vestidos e chapeis).
As pessoas quando necessitavam de dinheiro recorriam as casas de penhor, penhoravam tudo desde colchas, móveis, roupas e tudo mais, quando não iam levantar os pertences estes eram leiloados.
Muitas pessoas com dificuldades levantavam a roupa ao sábado para ir à missa e no domingo depois, voltavam a penhorar à segunda-feira.
As tradições eram para se manter ao domingo todos iam à missa. As senhoras levavam um véu na cabeça, os senhores tiravam os seus chapéus à porta da igreja. AS procissões eram vividas com muito respeito, punham-se as colchas nas janelas velas acesas com pétalas de rosa que se atiravam quando os Santos passavam num silêncio perfeito para a ocasião.
O ensino era muito rígido para as crianças, os professores eram exigentes e à 5ª feira era feito a revisão das unhas e das cabeças para não haver a propagação de piolhos, os sábados era para estudar a tabuada. A escola não era mista só no ciclo é que era.
Nos jardins públicos não se podia apanhar flores nem andar descalços, as variadas vezes para não terem problemas, calçavam um pé e o outro não.
As crianças também com poucos recursos tinham as suas brincadeiras, partiam as garrafas de gasosa para tirarem as esferas e jogarem ao berlinde (os pirolitos), as caricas, ao pião, a bola de trapos, as meninas brincavam com bonecas feitas de trapos ou cartão, tiravam batatas de casa para brincar às casinhas, os fios de flores feito por elas.
Nos Santos Populares gostavam de ajudar a enfeitar as ruas com fitas de papel prezas com fios, os mais crescidos tratavam do resto.
Os adultos também tinham as suas formas de se divertirem, em família era os piqueniques, namorar os bailes onde se conheciam e os pais a fiscalizavam, cinemas, revistas onde houve uma grande afluência foi com o Parque Mayer era um local de grande cultura e de vários divertimentos. Na época as moças que trabalhavam como coristas (bailarinas de teatro, revistas) eram mal vistas pela sociedade. Diferente mas de grande importância também a dar era o Teatro Monumental onde as senhoras iam sempre acompanhadas pelos maridos.
Em Alcântara, Bairro Alto, Intendente e Cais do Sodré existiam muitas casas de prostituição por estar perto do porto de Lisboa, onde apareciam homens de todas as raças.

Trabalho de grupo de Rute Lopes e Ruthe Santos
Visita ao “Clube Sénior da Fundação LIGA”.

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