Bem Vindos

Olá!

Queremos dar as boas vindas a todos os visitantes.

Somos um grupo de formandas e formadores do curso de Educação e Formação de Adultos - Agente em Geriatria e vamos aqui apresentar o nosso tema de vida “Conta-me como era…”.

Estamos a realizar uma pesquisa sobre variadíssimos temas do século XX, incluindo o quotidiano, a vida familiar, a saúde e os acontecimentos nacionais e internacionais mais marcantes.

No final vamos apresentar uma dramatização sobre este tema, onde iremos reviver a vida nas ruas da Lisboa antiga. Convidamos todos os interessados a comentar.

Contem-nos como era e acompanhem-nos nesta viagem ao passado no comboio da saudade!

Estamos a fazê-lo com todo o gosto, esperamos que se divirtam.

26 de fevereiro de 2010

Os bailaricos populares no Portugal urbano dos anos 50.

Os nossos idosos relatam frequentemente que, na sua juventude, as tardes e noites de fim de semana eram passadas em bailes e bailaricos bastante participados e concorridos.

Havia-os por todo o lado, para todos os gostos e bolsos, desde os mais sofisticados bailes organizados por clubes recreativos e sociedades musicais, aos levados a cabo por grupos de vizinhos, abarcando um bairro, uma rua, por vezes até um pátio comum a várias habitações.

Os salões de baile das sociedades recreativas assumiram um protagonismo muito importante na ocupação do tempo livre e no divertimento da população. Mas, existiam formalidades e regras muito claras e definidas no respeito pelos usos e costumes:

- O espaço destinado ao baile era rectangular, formado por cadeiras onde apenas se sentavam as “damas”, delimitando a zona para dançar e um espaço para os homens, que, de pé, aguardavam a oportunidade de um Convite por parte de um cavalheiro ou galã : "A menina Dança?".

- As Donzelas eram acompanhadas por um familiar, que por gestos ou sinais consentia ou não a aceitação do convite e vigiava o comportamento do cavalheiro.

- As danças eram exclusivamente de pares, idealmente em sintonia. Era quase um delito vergonhoso, pisar o pé da parceira da dança e, por isso, os dançarinos mais hábeis faziam sucesso junto das damas.

- Se durante a dança o rapaz ousasse um "aperto" corria o risco de levar um estalo ou sofria a humilhação de ser abandonado no salão de dança.

- Um gramofone e uma rudimentar e nada “hi-fi” instalação sonora, transmitia os tangos, marchas, valsas, e ritmos sul-americanos, que os bailarinos procuravam dançar da melhor forma que sabiam.

- Geralmente, em cada sessão de baile, havia um animador ou director do clube que, em determinado momento, subia ao palco e anunciava a mais temida das frases por parte da malta “tesa” ( no sentido monetário do termo, entenda-se): “Damas ao bufete”. Nesse momento o cavalheiro deveria pagar uma bebida ou um bolo à donzela.

- Frequentemente a entrada para estes recintos era paga. O preço era o mínimo possível para custear as despesas da festa: electricidade, licença da autarquia e parte da decoração do recinto que tinha que ser comprada, porque tudo o restante, festões, grinaldas e balões de papel, era feito pelos vizinhos ou membros organizadores.

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